1. O mensalão-2005 produziu mudanças importantes no PT e em Lula.
O partido que vinha sendo dirigido pela esquerda – dita revolucionária – passou a ser dirigido pelos sindicalistas da CUT que, por estarem dentro das multinacionais, são sistêmicos. As medidas adotadas pós-crise de 2008 mostram isso.
Lula também mudou. Despiu-se do macacão de líder sindical, colocou o chapéu de palha de migrante nordestino e passou a usar uma comunicação religiosa, com o povo como entidade.
O PT eleitoral deixou de ser um partido urbano universitário-sindical e passou a ser o partido do interior pobre, especialmente do Nordeste.
2. Qualquer mapa georreferenciado mostra isso. Nem Lula em 2006, nem Dilma na garupa de Lula em 2010, se elegeriam sem o interior pobre somado à periferia social urbana.
Mas numa democracia de público, o personagem é decisivo num processo eleitoral. Nesse sentido, ele deve representar, em sua coreografia, o eleitor que dá base à sua vitória.
3. Em 2010 Lula foi o candidato disfarçado de Dilma, a ponto de pesquisas identificarem percepções do eleitor que Dilma era a esposa de Lula.
A democracia de bens de consumo e o crescimento do PIB pintaram o cenário eleitoral.
4. O ponto de inflexão agora é que, depois de 4 anos, Dilma não tem mais como vestir-se de Lula.
Sendo ela um quadro político urbano de esquerda, firmou essa imagem, que procura aprofundar. Por isso vende tanto uma postura anti-ianque no episódio da espionagem.
Reforça a imagem do ex-PT e do ex-Lula, exatamente onde o PT e Lula não têm mais hegemonia eleitoral. Reforça o passado.
5. As pesquisas atuais [sobre intenção de voto], uma vez georreferenciadas, mostram que os 35% de Dilma ainda sobrevivem pelas regiões do PT e de Lula pós-mensalão-2005.
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