O narrador e apresentador esportivo Maurício Torres, 43 anos, morreu neste sábado (31), no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por conta de uma infecção. Ele estava internado desde o dia 1° de maio, quando se sentiu mal durante um voo do Rio de Janeiro a São Paulo, onde faria gravações de "offs" para o "Esporte Fantástico", da Record, daquele fim de semana.
Após o desembarque, ele foi direto para o hospital Sírio-Libanês. Na época, foi constatado uma arritmia cardíaca – e não infarto.
Submetido a exames mais rigorosos, constatou-se a existência de uma infecção, que mesmo combatida à base de antibióticos, não regrediu agravando o seu estado.
Maurício deixa mulher e uma filha de oito anos. O velório acontecerá no domingo (1°), no Rio de Janeiro, a partir das 11 horas, no cemitério São João Batista. O corpo será enterrado na segunda-feira.
Daniel Guimarães/Folhapress
Mauricio Torres (ao fundo) posa com elenco da Record em "selfie" na coletiva de programação em março, em São Paulo
Em comunicado, a Record lamentou a morte do comentarista. Leia abaixo:
A Rede Record lamenta profundamente a morte de seu apresentador e narrador esportivo Mauricio Torres.
O Brasil perde um dos principais jornalistas esportivos do país e um dos mais promissores talentos de sua geração.
Externamos nossa solidariedade e sentimentos aos familiares, amigos e fãs.
Carreira
O jornalista trabalhou no Sistema Globo de Rádio e na década de 1990 narrava jogos para os canais Globosat.
Em 1996, entrou para a Rede Globo onde passou a fazer transmissões esportivas e apresentava o bloco esportivo do "Bom Dia Brasil", eventualmente o Globo Esporte - além do "Espaço Aberto Esporte, da Globo News.
Chegou à Record em 2005, para ser o seu primeiro nome na locução esportiva.
Em 2012, se juntou a Mylena Ciribelli e Cláudia Reis na apresentação do "Esporte Fantástico".
Ao receber o convite da Record, Torres não pensou duas vezes antes de mudar de emissora. Estava muito empolgado com os investimentos do canal. Além do caminho aberto para ser o narrador principal, pesou também a proposta financeira, muito superior a da Globo.
Por pouco o carioca Mauricio Torres não seguiu o jornalismo esportivo. Após entrar no meio, achou que escreveria sobre política ou cultura. Por acaso, foi convidado para trabalhar na Rádio Globo, emissora que despertou seu interesse pela área de esporte.
Tinha como ídolos Galvão Bueno e Luciano do Valle, e revelou que se não fosse jornalista, seria advogado.
Ele trabalhou na cobertura de grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Pan-Americanos.
Destaque para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta/EUA), 2000 (Sydney) e 2004 (Atenas), e dos Jogos Pan-Americanos de 1999 (Winnipeg/Canadá), 2003 (Santo Domingo/República Dominicana) e 2007 (Rio de Janeiro). Cobriu duas Copas do Mundo (França - 1998 e Coreia e Japão - 2002) e também narrou o Mundialito de Futebol de Areia de 1997 (Figueira da Foz/Portugal) e as decisões da Liga Mundial de Vôlei (2001 e 2003), além do Grand Slam de Judô 2009.
Em 2010, esteve em Vancouver, no Canadá, para a cobertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, evento que a Record transmitiu com exclusividade. Em 2011 narrou os Jogos Pan-americanos de Guadalajara e participou da cobertura da emissora na Olimpíada de Londres, em 2012, como principal narrador da casa. Em 2014, ele participou da cobertura dos Jogos de Inverno de Sochi.
Repercussão
O narrador esportivo Milton Neves e o diretor da Fox Sports, Eduardo Zebini, lamentaram a morte do jornalista. "É muito difícil aceitar que um moço tão jovem, de enorme talento, nos deixa. Ele ainda tinha muito a oferecer", disse Zebini para coluna
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